Ao longo dos últimos meses o preço da eletricidade tem vindo a sofrer sucessivos aumentos no Mercado Ibérico. Estes aumentos, que estão a atingir valores máximos, podem ser explicados pela valorização do gás natural no MIBEL, que se deve ao aumento da procura e escassez de oferta. Uma vez que é o gás natural que determina o preço da restante energia existente no mercado, é expectável que se continue a verificar um aumento dos preços, principalmente com a chegada do Inverno.
Considerando que as comercializadoras de energia são o intermediário entre o produtor e o consumidor final, e que o preço da matéria-prima está a subir consideravelmente, é previsível que esse aumento se venha a repercutir nas faturas de eletricidade dos consumidores.
No caso do mercado regulado, as tarifas subiram 3% em Outubro, sendo que já teriam tido um aumento também de 3% em Julho. Segundo a ERSE, este aumento de tarifas tem como objetivo “evitar desalinhamentos excessivos com o mercado livre”, embora isto não invalide que as comercializadoras que atuam no mercado livre não aumentem também os preços da eletricidade, em consequência do aumento dos preços no MIBEL.
Tendo em conta os aumentos já verificados em algumas comercializadoras, procurou-se realizar uma análise dos tarifários no mercado, com o objetivo de verificar quais os mais económicos atualmente.
Através do simulador Payper, analisaram-se os diversos tarifários existentes no mercado livre e verificou-se que, para uma potência de 4,6kVA e um ciclo horário simples, as comercializadoras que apresentam, atualmente, os tarifários mais económicos são a EDP Comercial e a Goldenergy, com um custo de energia de 0,1355€/kWh e 0,1465€/kWh, respetivamente. Por outro lado, as comercializadoras que apresentam custos de energia mais elevados à data são a YesEnergy e a Alfa Energia, com custos de energia de 0,2327€/kWh e 0,2507€/kWh, respetivamente.
O Governo Português e a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos anunciaram uma redução nos preços das faturas de eletricidade, devido a uma redução das tarifas de acesso às redes, que poderá constituir uma poupança média de 35% já no próximo ano.
Contudo, é necessário considerar que as comercializadoras de energia irão ainda estipular os preços para o próximo ano, tornando assim imprevisíveis os valores das faturas, uma vez que, “o impacto nos consumidores em mercado liberalizado depende das tarifas de acesso às redes, mas também da componente de energia adquirida por cada comercializador”, refere a ERSE. Considerando que a procura por gás natural irá continuar a crescer devido a avizinhar-se um período de expansão económica pós pandemia, é esperado que os preços da energia continuem a subir no mercado ibérico e a redução das tarifas de acesso às redes não tenha o impacto desejado pelos consumidores.
Posto isto, o Payper aconselha os consumidores a pesquisarem e analisarem os diversos tarifários, de modo a poderem beneficiar de energia mais económica!
